terça-feira, 3 de março de 2015

Disponibilidades hídricas

                                        Disponibilidade hídricas

É a quantidade de água disponível numa região directamente dependente das características do clima e, muito especialmente da precipitação, quer em termos totais registados, quer na sua distribuição ao longo do ano.
Água subterrânea são um recurso natural imprescindível para a vida e para a integridade dos ecossistemas, representando mais de 95% das reservas de água doce exploráveis do globo. A água subterrânea resulta da infiltração da água que provém da precipitação e da alimentação directa dos rios e lagos. Mais de metade da população mundial depende das águas subterrâneas.
(Água subterrânea)

Águas superficiais  São as águas que não são penetradas no subsolo, correndo ao longo da superfície do terreno, e acabando por entrar nos lagos, rios ou ribeiros, barragem. Em termos de abastecimento de água, esta é captada em rios, canais, ribeiras, lagos, bacias de retenção e albufeiras. As águas superficiais têm uma composição muito variável, consoante as características do local e as épocas do ano, apresentando geralmente elevada turvação no Outono/Inverno, e algas na Primavera/Verão, contendo partículas em suspensão, substâncias químicas e microorganismos que as tornam impróprias para consumo humano sem tratamento.


As principais características de uma água de superfície são: Temperaturas relativamente altas; Elevada concentração de matéria orgânica dissolvida, proveniente da decomposição de vegetação e de resíduos de origem antropogénica; elevada turvação, devida principalmente aos sólidos suspensos, desenvolvimento por vezes excessivo de algas, bactérias, cistos e vírus patogénicos de grande variedade; Sabores e cheiros resultantes de todos estes fenómenos. Deste modo, este tipo de água não deve ser consumido sem ser previamente submetida a um tratamento prévio (que depende das características da água a tratar), para que não comprometa a saúde humana.
(Água superficial)

Especificidades do clima português

 Clima Mediterrânico                                                            

  •  Clima temperado.
  • Temperaturas médias de 13C no inverno e 24C no Verao.
  • Águas do mar a uma temperatura média entre 17C e os 23C.       
  • O ar é húmido com humidade relativa media de cerca de 75%.
  • Este clima caracteriza regiões situadas ente as latitudes de 30º e 40º.
  • É no inverno que se consegue observar algum índice de precipitação, sendo que no verão a precipitação é quase nula.
  • Os Verões são quentes e secos, devido aos centros barométricos de alta pressão. Nas áreas  costeiras os Verões são mais frescos devido as correntes frias do oceano 
  • Os Invernos são caracterizados por temperaturas amenas 
                          Recursos Hídricos em Portugal
  No conjunto, Portugal continental encontra-se numa situação de stress hídrico moderado, mas encerra realidades regionais muito diversas. No que respeita aos recursos hídricos superficiais, a sua distribuição espacial, em Portugal, mostra grandes contrastes, decorrentes principalmente da desigual repartição da precipitação, dos contrastes térmicos e de evapotranspiração . À região minhota e barreira montanhosa do Noroeste nacional, com elevados valores de precipitação que quase atingem 4000mm, opõe-se o baixo vale do Guadiana e a Terra Quente Transmontana, com valores de precipitação cerca de 10 vezes inferiores. É também nestas últimas áreas, onde se atingem as precipitações mais baixas, que são mais elevados os valores de evapotranspiração. Com estas condições facilmente se depreende que as disponibilidades hídricas superficiais são muito desiguais em Portugal continental. Acresce ainda que o regime da precipitação apresenta, no Continente, uma acentuada variabilidade mensal, verificando-se que cerca de 70% da precipitação se concentra no semestre húmido, entre os meses de Outubro a Maio, para além de uma considerável variabilidade interanual, que deve também ser tida em consideração no armazenamento, uso e gestão dos recursos hídricos superficiais.  No que respeita aos recursos hídricos subterrâneos, o território continental apresenta realidades diversas no tocante ao armazenamento e transmissão da água subterrânea. Os aquíferos mais importantes situam-se nas Orlas Sedimentares (ocidental e meridional) e na Bacia do Tejo-Sado. Naquelas, são sobretudo os calcários (do Jurássico médio) que se constituem como os melhores aquíferos. Na Bacia do Tejo-Sado, os níveis detríticos constituem o aquífero mais importante do País. Grande parte do abastecimento mundial de água doce está na dependência dos aquíferos, aos quais tem sido dada atenção à sua recarga (em quantidade e qualidade da água). Em situação de seca extrema ou severa, como se vive no corrente ano de 2005, aquela atenção deve ser redobrada, pois, já em 2001, o caudal captado para abastecimento de água pelas Câmaras Municipais do Centro e Sul de Portugal continental era maioritariamente proveniente de aquíferos.
(Recursos hídricos superficiais.)

(Recursos hídricos subterrâneos.)

Bacias Hidrográficas 
  • Minho
  • Lima
  • Cavado
  • Ave
  • Douro
  • Vouga
  • Mondego
  • Lis
  • Ribeiras de Oeste
  • Tejo
  • Sado
  • Guadiana
  • Mira
  • Ribeiras do Algarve
                          Processo  de Eutrofizacão


Eutrofização é o fenómeno no qual o ambiente aquático caracteriza-se por uma elevada quantidade de nutrientes – principalmente nitratos e fosfatos. Este fenómeno é resultante da poluição das águas por ejecção de adubos,fertilizantes, detergentes e esgoto doméstico sem tratamento prévio que provocam o aumento de minerais e, consequentemente, a proliferação de algas microscópicas que localizam-se na superficie.



Desse modo, cria-se uma camada espessa de algas que impossibilitam à entrada de luz na água e impedem a realização da fotossíntese pelos organismos presentes nas camadas mais profundas, o que ocasiona a morte das algas, a proliferação de bacterias de compositoras e o aumento do consumo de oxigeno por estes organismos. Consequentemente começa a faltar oxigénio na água o que gera a mortalid dos peixes e outros organismos aeróbicos.
Na ausência do oxigénio, a decomposição orgânica torna-se anaeróbica produzindo gases tóxicos, como sulfúrico (que causa o cheiro forte característico do fenómeno).
A eutrofização causa a destruição da fauna e da flora de muitos ecossistemas aquáticos , transformando-os em esgotos a céu aberto.
Esse cenário permite a proliferação de inúmeras doenças causadas por bactérias, vírus e vermes.


                           Uso e Qualidade da água

A água é um bem essencial à vida, a sua utilização depende do uso que cada indivíduo pretende dar-lhe. Todo o cidadão deve estar informado sobre a qualidade da água que utiliza, quer a água para consumo humano quer a água para fins recreativos ou terapêuticos. É fundamental a vigilância sanitária da água, esta deve ser assegurada pelos organismos competentes. Com a identificação dos problemas, tais como: contaminação (microbiológica, química) da água, são accionadas medidas para a resolução das situações encontradas, de forma a assegurar a saúde dos consumidores.

Problemas de escassez e excesso de água
As mudanças climáticas terão impacto direto nos sistemas hídricos do planeta, seja pela falta ou pelo excesso de água. 

Secas
A seca é uma catástrofe natural com propriedades bem características e distintas dos restantes tipos de catástrofes. De uma maneira geral é entendida como uma condição física transitória caracterizada pela escassez de água, associada a períodos extremos de reduzida precipitação mais ou menos longos, com repercussões negativas significativas nos ecossistemas e nas actividades sócio-económicas.

Causas de uma seca 
As secas iniciam-se sem que nenhum fenómeno climático ou hidrológico as anuncie, e só se tornam perceptíveis quando está efectivamente instalada, ou seja, quando as suas consequências são já visíveis. As causas das secas enquadram-se nas anomalias da circulação geral da atmosfera, a que correspondem flutuações do clima numa escala local ou regional, gerando condições meteorológicas desfavoráveis, com situações de nula ou fraca pluviosidade, durante períodos mais ou menos prolongados. As condições para que uma seca se instale estão também relacionadas com outros factores como, por exemplo, o incorrecto ordenamento do território, insuficientes infra-estruturas de armazenamento de água, uma sobre-utilização das reservas hídricas subterrâneas, uma gestão incorrecta do consumo de água, e até a desflorestação incontrolada do território. 

Consequências das secas

  • aumento do nível dos oceanos;
  • aumento dos períodos de seca em vários lugares do planeta enquanto que noutros há um aumento de precipitação;
  • degelo dos glaciares e consequente morte de várias espécies;
  • aumento da temperatura da água do mar e morte de várias espécies de peixes;
  • etc...
Inundações


As cheias são fenómenos naturais extremos e temporários, provocados por precipitações moderadas e permanentes ou por precipitações repentinas e de elevada intensidade.
 Causas de uma inundação

A precipitação faz aumentar o caudal dos cursos de água, originando o extravase do leito normal e a inundação das margens e áreas circunvizinhas. Nalgumas partes do globo as cheias podem dever-se também ao derretimento de calotes de gelo. 
As cheias podem ainda ser causadas pela rotura de barragens, associadas ou não a fenómenos meteorológicos adversos. As cheias induzidas por estes acidentes são geralmente de propagação muito rápida.
Consequências de uma inundação
Os prejuízos resultantes das cheias são frequentemente avultados, podendo conduzir a perda de vidas humanas e bens. O impacte no tecido sócio-económico da região afectada é geralmente significativo, podendo levar à destruição completa de explorações agrícolas e agro-pecuárias entre outras. A prevenção e mitigação do efeito das cheias é, por isso, de extrema importância.


Bacia hidrológica
A bacia hidrográfica é usualmente definida como a área na qual ocorre a captação de água (drenagem) para um rio principal e seus afluentes devido às suas características geográficas e topográficas.

Leito Estival


Existem tres tipos de leitos:

Leito de Estiagem:Leito onde corre o rio nos períodos mais secos do ano.

Leito Normal: Leito onde corre o rio normalmente.
 Leito de cheia:Leito onde corre o rio nos períodos mais chuvosos do ano.


Caudal

Os aproveitamentos hidráulicos e a artificialização do regime natural das bacias hidrográficas alteram o regime hidrológico dos cursos de água a jusante, devido ao efeito de regularização de caudais, captação e derivação de água e às perdas por evaporação.
Perante as grandes pressões que os aproveitamentos hidráulicos exercem sobre os ecossistemas aquáticos e ribeirinhos, só com a manutenção dos adequados regimes de caudal ecológico será possível manter as características geomorfológicas e hidráulicas do canal fluvial e, consequentemente, a heterogeneidade dos habitats aquáticos e ribeirinhos e as características bióticas daí decorrentes.
O estabelecimento de caudais ecológicos constitui a resposta necessária aos impactes dos aproveitamentos hidráulicos, minorando-os e permitindo manter um determinado grau de integridade ecológica, no conjunto de toda a bacia hidrográfica.
O estabelecimento dos regimes de caudais ecológicos, apenas com base nas necessidade específicas das espécies aquáticas, nomeadamente das piscícolas, pode resultar na degradação do leito, na alteração dos processos geomorfológicos, na redução ou alteração da vegetação ripícola e na alteração das funções da planície aluvial. Assim, a recomendação de um regime de caudal ecológico deve ser acompanhada pela definição de caudais de limpeza para remoção de materiais finos depositados e prevenção da invasão do leito pela vegetação, caudais para a manutenção da estrutura do leito e da sua capacidade de transporte, caudais para manutenção da zona ripária, leito de cheia, características do vale e manutenção do nível freático, assim como caudais de manutenção dos ecossistemas associados aos cursos de água, como, por exemplo, zonas húmidas.
  

Tempo de Concentração 
Tempo necessário para que toda a área da bacia  contribua para o escoamento superficial na seção de saída, os factores que influenciam o tempo de uma dada bacia são:
  • Forma da bacia;
  • Declividade media da bacia;
  • tipo de cobertura vegetal;
  • comprimento e declividade do curso principal e afluentes;
  • distancia horizontal entre o ponto mais afastado bacia e  a sua saída;
  • Condições do solo em que a bacia se encontra no inicio da chuva.